1/06/2008

Lisboa - Dakar 2008 - risk management

A mítica prova do rally Lisboa-Dakar 2008 acabou sem glória e sem a espectacularidade a que nos habituou ao longo destes 30 anos. É com pesar, que vemos sucumbir a mais famosa prova de off road do Lisboa - Dakar 2008 e, porventura, aquela que se tornará a mais famosa no historial dos palmarés dos pilotos por não se ter realizado, caindo aos pés de uma ameaça terrorista.

O rally Lisboa - Dakar 2008 é um negócio e como tal tem riscos, tão elevados quanto os imponderáveis que assolam o rally mais famoso do mundo.

Parecemos esquecer estes riscos na Europa, quando aqui tão perto, em África, onde alguns países europeus já dominaram e colonizaram, existem países com uma situação instável, com crises políticas e sociais, genocídios étnicos, fome e guerras, enttre outras situações menos convidativas aos europeus. Mesmo assim, todos os anos vemos notícias de cidadãos europeus serem tomados como reféns e sucumbirem perante a força de armas ou interesses políticos: não importa se estão a passear, a cuidar de populações ou a salvar alguém de uma catástrofe.

A organização do Dakar é francesa e foi o governo francês que lançou o alerta, após o massacre de cidadãos franceses em vésperas de Natal, deixando antever que as pressões e a realidade atroz foram suficientemente desmobiizadoras.

O governo francês deixou claro que nem sequer a Legião Estrangeira estaria disponível para resgatar qualquer aventureiro da caravana do Lisboa-Dakar 2008 (já tinha demasiadas preocupações com o passeio prticular do Sr. Sarkosy pelo médio oriente!), como deixou claro que não queria as suas estrelas francesas no deserto, nem que daria qualquer apoio o governo da Mauritânia: a França ficou refém do terrorismo e arrastou consigo a organização do Lisboa-Dakar 2008, a ASO e Lagos Premium Events, o governo da Mauritânia, bem como a Europa.

A geopolítica tem estas coisas e a França joga o seu papel forte, para o bem e para o mal, de culpas, fracassos e peso na região. Terrorismo - 1, França e Europa - 0.

Aparetemente, esqueceu-se também o grito de revolta dos madrilenos, bem fustigados pelas bombas terroristas nos comboios, gritando bem alto, na voz e na atitude, "O terrorismo não nos calará"

Também aqui, parece que a o marketing social da prova do Lisboa-Dakar 2008 em retribuir para as populações do norte de África com uma contratapartida pela poluição e efeitos contraproducentes de um rally de gentes de posses do El Dourado europeu parece não surtir qualquer efeito, a ponto de contar com o apoio popular e evitar qualquer surtida de um grupo ou célula terrorista

A gestão de risco foi posta a toda a prova e a ASO recusou-se a ser um parceiro da aventura, mesmo que essa fosse uma decisão daqueles que mais arriscam nesta prova como os participantes, pilotos e equipas técnicas, sabendo nós que a maioria dos 6 mil participantes inscritos, amadores, não passa de Marrocos para lá.

Percebemos que houve conversações no sentido de saldar o prejuízo e salvar com remendos aquilo que já há alguns dias estava traçado, jizado e mais que decidido: o cancelamento do Lisboa-Dakar 2008.

Em cima do evento e a quente é difícilencontrar alternativas e sem planos de contingência, ainda mais difícil se torna convencer os franceses, sem qualquer aptidão para arriscar para além do previsível esforço actual e carregarem com os riscos de uma decisão contra os seus correligionários e responsáveis

Suponho que não haverá indemnizações para todos, designadamente para o público(carente das emoções), para os investidores indirectos(carentes dos negócios tranquilizadores em tempo de crise), dos parceiros de imagem(carentes de conteúdos espectaculares), dos parceiros institucionais(carentes de visibilidade e de atractividade para as suas cidades e locais), dos participantes (os que mais investiram e estavam carentes de visibilidade, retorno para os investidors das marcas, adrenalina e testes às suas capacidades e esforço das máquinas) e para a organização portuguesa, Lagos Premium Events, cujo saldo mais positivo, será resistir emotiva e financeiramente à avalanche gerada, num esforço titânico para sair ilesa desta crise.

Quem mais recolhe louros, deverá lembrar-se que o dinheiro não chega para todos e para tudo, designadamente quando não há retorno financeiro algum; além do mais, o negócio é isso mesmo, um risco!

Será uma prendizagem de gestão para todos, sobretudo para efectivarem planos de contingência, essa grande lição onde participámos na Expo'98 foi sobejamente esquecida, a celebrarem depois os contratos de patrocínio - sponsoring após a sua elaboraçao e visibilidade dos planos de contingência da organização e a fazerem seguros também nessa base.

Assim serão ressarcidos dos prejuízos todos?

O tempo dirá qual a aprendizagem final! Viva o espírito de aventura do Dakar! Viva Lisboa-Dakar 2009!

Sem comentários:

Social BookmarkAdd to Google Reader or Homepage

subscrever por e-mail

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner

SEO websites conteúdos internet

SEO websites conteúdos internet
SEO websites conteúdos internet

SEO | conteúdos's Fan Box

Exclusivity

web advertising